SOMOS PREGADORES DO EVANGELHO DE JESUS CRISTO...


widgets
SOMOS PREGADORES DO EVANGELHO DE JESUS CRISTO...
ASSEMBLEIA DE DEUS FLUMINENSE RJ EM CEL FABRICIANO MG IGREJA VIVA DO DEUS VIVO...
"E dar-vos-ei pastores segundo o meu coração, quais vos apascentarão com ciência e
com inteligência."
- Jeremias 3:15
(ACF).



terça-feira, 24 de novembro de 2009

UMA IGREJA ECUMENICA INCLUSIVA.



Anglicanismo

A Diocese Anglicana do Rio de Janeiro é parte integrante da Igreja Episcopal Anglicana do Brasil (IEAB): uma igreja anglicana, cujas raízes estão na primitiva igreja cristã surgida na Inglaterra desde os tempos dos apóstolos.  Foram eles que disseminaram a mensagem do evangelho aos mais diferentes e longínquos lugares do mundo.


Raízes históricas

Um desses lugares foi a Inglaterra, onde o Cristianismo chegou por volta do final do segundo e início do terceiro séculos da era cristã. Ali, se desenvolveu de maneira local e independente. No final do século VI, um grupo de 40 monges, chefiados por Santo Agostinho de Cantuária, chegou à grande ilha para cristianizar os ingleses, conhecidos na época como anglo-saxões.
Resolvidas as tensões causadas pela chegada da missão romana, a igreja inglesa cresceu e se desenvolveu como um ramo integrante da igreja romana. Afirmar, portanto, como muitas enciclopédias e livros de história afirmam que a igreja inglesa foi fundada por um rei, não corresponde à verdade, pelo simples fato de que o controvertido monarca não podia fundar algo que já existia.
Henrique VIII apenas separou a igreja que lá existia da tutela de Roma, que passou a ser chamada de Igreja da Inglaterra. Com a colonização da América e a independência dos Estados Unidos, a Igreja da Inglaterra, que passou a ser conhecida como Igreja Anglicana, se estabeleceu como uma denominação livre do poder civil, criando dioceses, paróquias e instituições, tomando o nome de Igreja Protestante Episcopal. Uma dessas instituições foi o Seminário Teológico de Virgínia, de onde vieram os missionários que estabeleceram a Igreja Episcopal Anglicana no Brasil em 1890. A IEAB faz parte da Comunhão Anglicana, uma família de igrejas nacionais em comunhão permanente e histórica com a Sé de Cantuária. A palavra anglicana, antes de significar inglês, representa a grande família cristã internacional.

 


Uma igreja ecumênica e inclusiva

O ecumenismo faz parte do modo de ser dos anglicanos. Eles oram e trabalham para que as demais igrejas busquem a unidade em amor e obediência a Deus como um só corpo pela ação e poder do Espírito Santo. Os anglicanos acreditam que o trabalho da igreja é pregar o evangelho da reconciliação para o universo inteiro e não só para a parte que se considera cristã. Deus em Cristo restaurou a natureza humana decaída naquilo que ela devia ser. Desse modo, quem vive em Cristo está livre do pecado. Uma nova esperança assegura a certeza do reino de Deus. A razão de ser da igreja é anunciar essa esperança.

Como pessoas anglicanas, também temos orgulho porque somos parte de uma igreja que compreende que a inclusividade é um dos valores centrais não só de nossa Comunhão, mas do Reino de Deus, respeitando as diferenças e fazendo delas um jardim ofertado a Ele, convidando a todos para estar em harmonia conosco. Sentimo-nos chamados por Cristo a testemunhar nossa fé e nosso amor na gloriosa liberdade de filhos e filhas de Deus e nos comprometemos a continuar construindo uma Igreja ampla, acolhedora e missionária.


Doutrinas básicas

O quadrilátero de Chicago-Lambeth, de 1888, define quatro princípios básicos que permeiam as igrejas da Comunhão Anglicana:

(a) As Escrituras Sagradas do Velho e Novo Testamentos, "contendo tudo o que é necessário para a salvação", como a regra e padrão de fé.

(b) O Credo dos Apóstolos, como símbolo batismal; e o Credo Niceno, como a declaração suficiente da fé cristã.
Obs.: Clique nos links a seguir para saber mais sobre esses credos: Credo dos Apóstolos e Credo Niceno

(c) Os dois sacramentos ordenados por Cristo: Batismo e Ceia do Senhor - ministrados com o uso infalível das palavras de Cristo, e dos elementos ordenados por Ele.
Obs.: Há outros sacramentos menores, não ordenados diretamente por Jesus, mas reconhecidos pela igreja como tendo caráter sacramental. São eles: a Confirmação, a Penitência, as Ordens Ministeriais, o Matrimônio e a Unção dos Enfermos.

(d) O Episcopado Histórico, adaptado localmente nos métodos de administração às necessidades variadas das nações e povos chamados por Deus para unidade de Sua Igreja.


Variabilidade litúrgica

A reforma inglesa do século XVI havia produzido três partidos ou tendências na Igreja da Inglaterra: o Broad Church Party (igreja ampla), o High Church Party (igreja alta) e o Low Church Party (igreja baixa).

A igreja alta tinha fortes tendências romanistas. Foi revigorada em 1833 pelo Movimento de Oxford. Os anglo-católicos ou ritualistas começaram a usar no culto público o rito romano, introduzindo o uso de imagens, velas, crucifixo, incenso, água benta, invocação a Maria e aos santos, confissão auricular, monasticismo e celibato.

 
A igreja baixa primava pela simplicidade do cerimonial litúrgico. Os anglo-evangélicos foram os grandes responsáveis pelo reavivamento evangélico na Inglaterra e em outros países, com forte preocupação missionária.

 
A igreja ampla era, de início, um grupo minoritário, mas muito influente devido às suas posições moderadas. Sempre foram o fiel da balança entre o ritualismo anglo-católico e o despojamento evangélico. Grande parte das igrejas, hoje em dia, encontra-se nessa ala: preservando certos rituais e vestes litúrgicas, porém, sem chegar ao requinte anglo-católico ou à simplicidade evangélica.

 
As influências desses grupos ou partidos se estenderam também a outros países, principalmente os Estados Unidos Os missionários que vieram ao Brasil pertenciam ao grupo evangélico. Entretanto, a partir da segunda metade do século XX, vários elementos do anglo-catolicismo foram sendo gradativamente inseridos no contexto da Igreja Episcopal do Brasil. Hoje, pode-se dizer que boa parte de nossas paróquias enquadra-se na igreja ampla, e o uso moderado de crucifixos, vestes litúrgicas, incenso, velas e demais paramentos é característica desta igreja.

Não existe, contudo, uma rigidez litúrgica, sendo sempre possível encontrar paróquias que tendam mais ao anglo-catolicismo ou ao evangelicalismo anglicano.


Maneira de ser

Uma das características das igrejas anglicanas é a sua abertura para coisas novas, sem esquecer o passado. Para definir essa postura democrática e liberal, os ingleses usam a palavra compreensividade (comprehensiveness), que o teólogo anglicano brasileiro Jaci Correia Maraschin traduziu por inclusividade. Com essa palavra, segundo Maraschin, os anglicanos querem expressar sua franca disposição de incluir na experiência cristã a longa e rica tradição católica da igreja universal e ao mesmo tempo se abrir às descobertas da Reforma e às coisas novas que o Espírito Santo está sempre nos indicando.


 

A forma de ser das igrejas anglicanas é para muitos, motivo de confusão, principalmente quando ouvem dizer que essa igreja é tanto católica quanto evangélica, tanto conservadora quanto liberal, tanto hierárquica quanto democrática, tanto rica quanto pobre. O curioso é que essas afirmações estão corretas, porque as igrejas anglicanas são igrejas abertas, liberais e democráticas, onde todos esses elementos se conjugam e completam. A pastoral anglicana não determina que os membros têm de fazer isso ou aquilo, mas que, para o seu próprio bem, convém seguir os ensinamentos da igreja e decidir por si mesmos qual o caminho a tomar. Os anglicanos não desprezam o uso da razão e da investigação científica. Esta postura liberal e democrática coloca os anglicanos em posição privilegiada para dialogar com as demais denominações cristãs e não cristãs.


(adaptado do website da Igreja Episcopal Anglicana do Brasil e do artigo "Apontamentos de História da IEAB", de Oswaldo Kickhofel)

Nenhum comentário: