Afirmando a Graça
Nesse tempo de Quaresma, temos afirmado a realidade da Pecaminosidade da Natureza (“depravação total”) e a necessidade do Arrependimento. A Palavra de Deus nos ensina que “onde abundou o pecado, superabundou a graça”. A Graça é um conceito não encontrado em qualquer outra expressão religiosa fora do Cristianismo. Que Graça afirmamos?
Há milhões de seres vivendo na des-graça (ausência de graça), ao negarem a existência de Deus, ou se manterem indiferentes à sua existência, construindo para si deuses substitutos. Outros vivem uma concepção equivocada quanto à Divindade: politeísmo, panteísmo, panenteísmo, idolatria, magia, superstição, deísmo, teísmo, e tantos outros equívocos, produtos da mente do pecado e da ação satânica.
A des-graça conduz, também, à busca de uma saída para o dilema existencial/espiritual pelos esforços próprios: mortificações, rituais, boas obras.
Tudo isso em vão! Caminhos que parecem certos, mas que o seu final serão caminhos de morte e não de vida.
Cristãos afirmam a Graça, mas a negam pelas exigências de usos e costumes, que é uma outra expressão de salvação pelas obras.
Confessamos um Deus eterno e Triuno (Pai, Filho e Espírito Santo), que é Providência, intervindo na História, inclusive na História da Salvação, enviando a Lei, falando pelos Profetas, enviando um Messias, encarnando em Nazaré.
Esse Deus é absolutamente ciente, justo e sábio, e, como expressão do seu absoluto amor doa, pagando o próprio preço, a tão necessária salvação. Os seus eleitos, uma vez confrontados com as Boas Novas, não resistem a essa Graça, confessando-O e seguindo-O. A Graça é operada em nós pelo Espírito Santo, que, também, nos torna graciosos: canais da Graça.
A Graça é tão poderosa que pode perdoar e transformar todos e tudo.
Os Reformadores afirmavam: “Somente a Graça, e ela recebida por meio da Fé”.
O Senhor nos diz: “A minha Graça vos basta”.
O orgulho humano resiste a Graça, porque ela é dom gratuito.
Cercados por tantas ideias des-graçadas do mundo e dentro da Igreja, inclusive o legalismo e a “graça barata” dos irresponsáveis, procuremos, nessa Quaresma, nos apropriar, cada vez mais, da realidade e amplitude da Graça, crescendo nela e por ela.
“Deus Todo-poderoso e eterno, tu não aborreces nada que criastes e perdoa os pecados dos penitentes: cria e forma em nós, corações novos e contritos, para que, lamentando devidamente nossos pecados e reconhecendo nossa miséria, obtenhamos de ti, Deus de toda misericórdia, perfeita remissão e perdão; mediante Jesus Cristo nosso Senhor, que vive e reina contigo e com o Espírito Santo, um só Deus, pelos séculos dos séculos. Amém” (Livro de Oração Comum Brasileiro – LOCb).
Paripueira (AL), 20 de fevereiro de 2010,
Anno Domini.
+Dom Robinson Cavalcanti, ose
Bispo Diocesano
REVERENDO SAMPAIO.
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